A louca do meu prédio
Outro dia vi a louca do meu prédio na fila do banco, logo atrás de uma senhorinha, bem senhorinha mesmo. A qualquer momento ela poderia interagir, morder, gritar ou mostrar suas vergonhas em público.
Aí me toquei de quantos outros loucos passam por mim todos os dias e eu nem me dou conta. Foi nesse dia eu parei de ter medo dela.
Claro que eu continuo atravessando a rua e me escondendo atrás das árvores, mas só pra evitar chateação. Normalmente loucos, crianças, bichos e atores de teatro costumam cismar comigo. Com ela não é diferente. Me adora.
Tem dias, quando tô com mais saco e tempo, que eu encaro a louca e foda-se. Uma meia hora de papo nonsense que até dá pra aguentar.
Perigosos mesmo são os loucos dos outros prédios. Que passam do seu lado na rua e você nem sabe.
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